sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Tira-me o oxigénio à vontade!

Tira-me o oxigénio à vontade! Coloca um garrote a apertar o meu pescoço a cada segundo que passa, Que ainda assim não estilhaçarei de pólvora o pensamento, Nem o coração. Delicadamente descansarei na cadeira de vime Tão antiga como o tempo em que fazíamos amor Sobre ela Bebendo mais um copo de vinho. Recordas-te da ânsia com que nossos corpos moldados Um no outro Se entregavam? Eram puro bailado! Podes retirar-me o oxigénio à vontade! Parti com as medusas naquela Primavera sorridente De Maio onde pela última vez nos contemplámos. Levei no peito o choro de todas as guitarras. Célia Moura, in No Hálito de Afrodite" Antoine de Villiers Painting

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