quarta-feira, 10 de outubro de 2018

A Ternura do Sangue


A Ternura Do Sangue
Na foz do teu corpo brando
de seda, de açucenas brancas
libertei o grito nutrido
de água, sangue, amor,...dor!

Na foz do teu corpo nascente parti.

Resplandeces ainda devoção,
pelo jardim suspenso na ilusão,
sorrisos teus Mãe
num botão de rosa,
a rodopiar segredos de outrora
gerados na berma do teu ventre
de essência.

E, nas mãos da evasão
ergo teu rosto de prata
reflexo deste trémulo anoitecer
em que te olho e regresso, desvendo e prendo,
meu sangue, minha dádiva de candura...
...e ouço ainda tua voz de cristal, lá longe,
tão longe Mãe, a embalar meu sono
na ternura das colinas.

Célia Moura , in “Jardins do Exílio” - Hugin Editores - 2003
Ilustração – Sebastian Luczywo Photography

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