quero
lá saber que me dispas
numa
viela qualquer.
Há
muito se acenderam os candeeiros da cidade antiga
invadindo
tesão pelos amantes.
Hoje
sou de mim
exijo
perder-me na luxúria dos teus lábios
ouvindo
gemidos e cânticos de Afrodite
enquanto
me possuis de pé
contra
uma parede qualquer.
E
regresso ao tempo da ternura
neste
fugaz reencontro
como
se de súbito os anos não tivessem sido
coisa
nenhuma
a
minha cama fosse a tua cama
e
eu sempre te tivesse esperado
enroscada
ao silêncio que me adormecera
nos
meus lençóis de cetim
acordando
num grito de prazer
desabrochando
sorrisos em ti.
Célia Moura, in "No Hálito De Afrodite" - Out/2018
Fabian Perez painting
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